"Não sou uma artista produzida, sou uma criadora", diz Shakira

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2016 14h57
Reprodução

Quem vê Shakira dançando super sensual de minissaia e cabelos rosas em seu novo clipe “Chantaje” não imagina que, longe dos holofotes, ela é uma pessoa quase comum. A cantora é discreta, fala baixo e tenta ao máximo levar uma vida normal. Mas quando o assunto é carreira, Shakira vira o “furacão” em que ela mesma admite se transformar: “Não sou uma artista produzida, sou uma criadora”, afirmou ela em entrevista. 

Casada com o jogador de futebol Gerard Piqué e mãe de Milan, 3 anos, e Sasha, 1 ano, a cantora colombiana esteve em São Paulo na terça, 6, para lançar seu novo perfume – “Dance”. Da fragrância, da carreira e da proximidade dos 40 anos, Shakira fala na entrevista a seguir.

Você completa 40 anos em fevereiro. O que essa idade significa para você?

Não tenho nem ideia. Só sei que não vou voltar a ter 30 anos! Estou em um momento bom da minha vida, com a família que sempre quis ter, me sentindo mais livre do que nunca artisticamente. Então vou celebrar os 40 anos quando eles chegarem. 

Em algum momento, você sente a responsabilidade de ser uma inspiração? 

É uma responsabilidade, sobretudo com os mais jovens. Durante toda minha carreira tentei dar um bom exemplo. Até agora, vivi uma vida sem escândalos, saudável, porque essa sou eu, eu sou uma pessoa muito normal. Eu desejo essa normalidade para minha vida. 

Mas quando sobe ao palco, Shakira vira um furacão. Como é essa mudança? 

Não sei. Quando eu estou no palco experimento uma transformação, libero tudo que sinto. Muitos não têm uma plataforma para poder se expressar, e eu posso fazer isso no palco. Eu tenho uma necessidade periódica de cantar e me expressar em frente ao público. 

Escutando sua música Chataje, vemos que você virou uma mulher mais segura e dona do seu corpo. Acha que está mais forte? 

Sim. Os anos te dão mais confiança e a letra da música reflete uma mulher isso. A maternidade e as experiências vividas nos últimos anos serviram para esculpir minha personalidade e me deixar mais confiante e segura de mim do que quando eu tinha 15 anos. 

Qual sua relação com a beleza? Isso ocupa muito espaço na sua vida?

Gostaria que ocupasse um pouco menos, porque tira muito meu tempo. Cada vez eu tento dedicar menos tempo a isso, porque tenho outras prioridades. Eu acho que a beleza é definitivamente um reflexo de seu estado interior, e pode ser acentuado ou diminuído por seus sentimentos. Não tem melhor maquiagem do que um sorriso. Quando você está feliz, em paz, a gente percebe uma beleza especial. Quando está sofrendo, a beleza não é tão nítida. E eu posso ver isso até nos meus meninos. Todo mundo é assim. 

O que você gosta de passar nos produtos que levam seu nome ou têm alguma relação com você? 

Para mim é muito importante me envolver nos projetos, participar ativamente do começo ao fim. É minha maneira de ser sincera com o público. Eu não sou uma artista produzida, eu sou uma criadora, gosto de ter ideias, inventar conceitos. É parte de quem eu sou. 

Após 20 anos de sucesso, o que a Shakira ainda sonha em fazer? 

Sonho com mais Grammys, com fazer músicas boas, que façam as pessoas felizes. Sempre será um desafio para mim criar músicas. É sempre um mistério pra mim quando começo a compor. É uma grande aventura e depois, quando tenho a bênção de compartilhar a música e de todos gostarem dela, é uma sensação única e incomparável. 

Quais são as causas sociais que mobilizam você?

A minha causa é promover o acesso à educação universal. Quando eu tinha 18 anos, eu criei a fundação “Pies Descalzos” e desde então começamos a trabalhar para construir escolas e oferecer educação de qualidade para crianças de famílias afetadas pela violência na Colômbia. Há poucos dias, eu recebi a notícia de que uma das escolas da nossa fundação foi escolhida como a melhor escola pública do País. Esse é um feito grandioso, maior que ganhar um Grammy, porque é um projeto que precisou de muito esforço da minha parte e do meu time. Não é fácil oferecer educação de qualidade à crianças em condições tão difíceis.

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